8 lições de marketing para aprender com a Alemanha

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A Copa ainda não acabou, mas já temos o campeão moral: a seleção da Alemanha. A equipe deu uma aula de como planejar, entender e lidar com o principal público-alvo durante a competição: o brasileiro. E não pense que o trabalho foi fácil! Afinal, com a goleada histórica de 7×1, tudo poderia estar perdido.

Público-Alvo:

Agradar os brasileiros é conquistar nos campos o apoio e a torcida dos maiores frequentadores nos estádios, além de ganhar o carinho do nosso país em treinos, deslocamentos e na porta do Hotel. E esse planejamento começou muito antes da estréia da seleção na Copa. Foram várias ações, publicitárias e espontâneas, além de um media training espetacular para as principais estrelas da equipe. Confira abaixo as táticas e estratégias dos alemães:

1 – Vídeo em português

Antes de virem para o Brasil, a fanpage da seleção alemã aumentou consideravelmente sua base de fãs brasileiros com um vídeo em que exibia mensagens positivas. A frase “Vocês nem imaginam o quanto de Brasil existe dentro de nós” foi a mais marcante. 

Com isso, a disputa pelo papel de segunda seleção dos brasileiros estava lançada. “Se o Brasil perder, vou continuar torcendo pela Alemanha. Não vou ficar tão triste, é melhor do que perder para a Holanda ou para a Argentina”, diz a dentista Camila Fares, de 26 anos, que começou a seguir o perfil da seleção alemã no Facebook após o primeiro vídeo em português, ainda anterior à Copa.

2 – Uniforme do time mais popular

O vídeo o lançamento do uniforme mostram que a primeira análise de todo o plano foi entender o nosso país. O comportamento do brasileiro, desde a Copa das Confederações, era protestar e reclamar da Copa, misturando futebol e política. Além disso, muitos se mostraram contra a seleção com a teoria de que um título poderia esconder os problemas do país e do atual governo. E para quem torcer sem ser o Brasil? A Alemanha!

Para atrair mais fãs e agradar a Adidas, fornecedora de materiais da Alemanha e do Flamengo, a Alemanha escolheu homenagear o time de maior torcida no Brasil com o seu uniforme reserva. Vale lembrar que o time carioca só possui a maior torcida pois possui milhares de torcedores onde o futebol do estado não é tão forte: Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Observe só onde foram os jogos da seleção:

  • 1º jogo – Salvador, Bahia
  • 2º jogo – Fortaleza, Ceará
  • 3º jogo – Recife, Pernambuco
  • 4º jogo – Porto Alegre, Rio Grande do Sul
  • 5º jogo – Rio de Janeiro (cidade do Flamengo)
  • 6º jogo – Belo Horizonte, Minas Gerais
  • 7º jogo – Rio de Janeiro (cidade do Flamengo)

As vendas das camisas superam as expectativas tanto no Brasil quanto no exterior. A comercialização foi 30% maior do que 2006, ano em que o país sediou a Copa do Mundo. E jogar no Maracanã contra o principal rival brasileiro, alguém duvida para quem será a torcida?

3 – Uniforme parte 2: Bahia

O único problema do uniforme rubro-negro é que ele poderia ser confundido com o do Vitória na Bahia, sede da seleção. Pensando nisso, a primeira medida foi agradar o outro lado da moeda. Para isso, Neuer e Schweinsteigger não só vestiram a camisa, como também cantaram o hino. A ação, claro, se tornou rapidamente um hit na internet.

4 – Relacionamento com os fãs

Uma ação digital só tem sucesso efetivo se há relacionamento direto com os fãs. Durante a Copa, os milionários jogadores deram um show de humildade nos passeios pela praia ou pela cidade distribuindo autógrafos e tirando fotos.

Além disso, os craques ainda fizeram o papel inverso, tirando fotos com a população e elogiando o país pelo apoio e carinho. Na imagem acima, o atacante Podolski postou no Instagram uma imagem em que está rodeado de baianos.

5 – Falar a nossa língua

Quem trabalha com rede social sabe que uma marca ou empresa deve se comunicar da mesma maneira que os seus fãs, criando sintonia. Além de dançar com índios, símbolo do Brasil, os jogadores ensaiaram também passos de hits populares, como “Lepo Lepo” e “Eu quero Tchu, Eu quero Tchá”.

6 – Os Jogadores e as redes sociais

Os principais jogadores foram muito bem orientados durante todo o torneio. Os craques publicaram várias vezes em português com frases de apoio à seleção.

Mesmo após a histórica goleada, todos eles mantiveram a linha de “paz e amor” e publicaram textos exaltando a seleção. Alguns, lembraram da derrota em casa, também nas semifinais, na Copa de 2006. Com isso, garantiram que a relação não foi quebrada, mesmo aplicando a maior goleada sofrida pela seleção na história das Copas.

7 – Muita mídia espontânea

Quando a ação gera mídia espontânea, o viral está pronto! Com muitos jornalistas cobrindo a Copa, não foi difícil ganhar espaço na imprensa pela simpatia e relação próxima com os brasileiros.

Desde alimentar macacos até os fatos citados acima, cada passo dos alemães foi acompanhado de perto e, claro, publicado com destaque.

8 – Marketing de relacionamento

O Marketing de relacionamento é tão poderoso que influencia demais os fãs. Algo que a Apple faz com maestria. Não é difícil de encontrar defensores da empresa em conversas e debates, seja ao vivo ou nas redes sociais.

E os alemães, tanto no Brasil quanto na Alemanha, passaram a agir influenciados pela seleção. Quem encontrou um alemão após a derrota de 7×1 relatou que foi confortado e, literalmente, abraçado, como na matéria acima.

Esta tarefa mostra como os influenciadores podem fazer a diferença. Vale lembrar que os alemãs têm fama de serem racistas contra os estrangeiros, herança ainda dos tempos de nazismo.

Fonte: Iska Digital/Texto: Renato Melo