“Criança não namora”: campanha alerta sobre erotização precoce

O movimento lançado em abril pela Secretaria de Assistência Social do Amazonas ganhou força na internet e chegou a outros órgãos e entidades de classe do Brasil, como o Conselho Nacional de Justiça (foto).

A intenção é preservar a infância e discutir a erotização das crianças. Em entrevista para a Revista Crescer, o coordenador do Centro de Convivência da Família e do Idoso do Estado do Amazonas afirma que é preciso respeitar o desenvolvimento cognitivo de cada etapa da vida. Uma criança não sabe, por exemplo, o que é um namoro, e precisa ter seu amadurecimento, tanto biológico como psicológico, preservado.

Para a mesma publicação, a psicanalista Vera Zimmermann, do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Unifesp (SP), o machismo ocupa papel central nessa história. Em idade escolar, de maneira geral, meninos são incentivados a ter uma “namoradinha” e meninas são ensinadas a se comportar. Enquanto as crianças aprendem a fazer amigos e a se relacionar, adultos projetam a ideia de namoro, que não existe para os pequenos.

Segundo ela, “os adultos é que precisam ser reeducados a entender o universo infantil”. Antecipar sensações, estimular gestos ou declarações relacionados a namoro, causam angústia à criança.

O papel do adulto é preservar a infância e reconduzir os pequenos ao universo infantil sempre que for preciso.