10 lições de comunicação de Game of Thrones

GameofThrones

O último episódio da sexta temporada da série Game of Thrones bateu recorde de audiência em sua primeira exibição, com 50 milhões de espectadores no domingo, 25 de junho. Os personagens de Game of Thrones dão lições de como comunicar e reposicionar suas imagens, ainda que nem sempre defendam exatamente as boas práticas organizacionais. A lista abaixo é do portal da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial e pode conter spoilers.

1. Tyrion Lannister: Invista nas relações governamentais

A ambição do anão não é conquistar o poder, mas estar perto dos líderes para que adotem boas práticas de gestão. Como conselheiro da rainha Daenerys, ele a convenceu a não pôr fogo na cidade de Meeren.

2. Jon Snow: Não adote uma estratégia sem antes convencer seu público interno

Como chefe dos Guardiões da Muralha, ele fez um acordo com os selvagens, sem negociar com seus pares. Foi morto. Ainda bem que teve quem o ressuscitasse. Soube reposicionar suas ambições por meio de uma nova narrativa heroica e se sagrou Rei do Norte.

3. Melisandre: Tenha cuidado com o que você comunica

A feiticeira vermelha garantiu que as tropas do líder Stannis Baratheon tomariam Westeros caso ele oferecesse a filha em sacrifício a seu deus único. Errou. Aprendeu a lição e ressuscitou Jon Snow sem prometer que teria sucesso. Mesmo assim, fez isso tarde demais. Se ela manteve uma comunicação exemplar com Deus, mostrou-se péssima em relação a seus fornecedores.

4. Lorde Varys: Cultive boas fontes  

O conselheiro de Westeros, conhecido como o Sussurador, faz lobby com os governantes e lança mão de informações confidenciais. Assim, fica bem com todos, sobrevive e triunfa nas mais diversas cortes, de Dorne a Mereen.

5. Daenerys Targaryen: Governe com uma agenda positiva

A herdeira do Trono de Ferro está reunindo forças armadas de diversas origens para conquistar o poder. Para isso, tem abolido a escravatura, lançado políticas de inclusão de gênero, testado novos modelos de administração e punido as elites de povos primitivos. Para seduzir as multidões, ela ainda conta com três dragões invencíveis.

6. Arya Stark: Tenha visão de longo prazo

Paciência é a maior virtude da filha caçula de Ned Stark. Ela também é um modelo de superação, pois espera para executar o projeto de vingar da morte dos pais, capacitando-se em artes marciais e técnicas de ocultismo e magia.

7. Lorde Baelish: Faça parcerias para progredir

De origem humilde, o Mindinho subiu na vida fazendo inimizades e destruindo pessoas, ao mesmo tempo que se uniu a protagonistas dos novos cenários de poder. Seu objetivo é se tornar Rei do Norte. Mas os sete deuses parecem que não vão dar asas à cobra.

8. Cersei Lannister: Saiba usar suas ferramentas na hora certa

Como ter uma imagem tão negativa e arrebatar tantos fãs? Para reconquistar o trono, a rainha Cersey se vale de todo seu repertório de crueldades, falta de ética e péssimas práticas. Espera o momento exato para se vingar e demonstra que a boa gestão pede medidas drásticas. Sua gestão rigorosa arrasta os fãs ao trono.

9. Sansa Stark: Utilize sua reputação com sabedoria

A filha mais velha de Ned Stark explora como ninguém a beleza e o decoro para disseminar uma imagem positiva entre seus seguidores. Até na vingança ela sabe manter a reputação e crescer na hierarquia real do Norte.

10. Jorah Mormont: Não se apaixone pelo chefe

O guerreiro ândalo serviu sua chefe – a rainha Daenarys – com tanta dedicação e fidelidade que acabou se dando mal. Declarou-se a ela e teve que renunciar a seu posto, comprometendo seus projetos.

Para o fim de semana: filmes da Netflix sobre carreira de trabalho

Cena do filme Jobs, com Ashton Kutcher. Crédito: Divulgação

Cena do filme Jobs, com Ashton Kutcher. Crédito: Divulgação

Assistir a filmes é sempre uma boa programação para os fins de semana. Com frio, então, esse lazer fica ainda melhor. Compartilhamos aqui a seleção do consultor de carreira Rodrigo Camargo, da Talenses, de filmes disponíveis na Netflix e que contam histórias reais ou imaginárias sobre o poder da paixão pela carreira para superar desafios. A lista foi publicada pelo Portal Exame.com.

Mr. Selfridge

A série conta a história de Harry Selfridge, um empreendedor norte-americano que de fato existiu e fundou uma importante loja de departamento em Londres, na década de 1910.

Por que vale a pena? Selfridge é uma figura que não passa despercebida: visionário e envolvente, ele cria uma aura de sedução em torno dos seus produtos. Segundo Rodrigo Camargo, consultor da Talenses, a série é interessante por mostrar a paixão que o trabalho é capaz de inspirar. “Como gosta muito do que faz, ele tem um sucesso estrondoso”, diz Camargo. A loja dá certo graças à capacidade de Selfridge em servir seus clientes bem — e com prazer.

Suits

Após se envolver com negócios ilícitos e abandonar a faculdade de Direito, o brilhante Mike Ross é contratado pelo escritório de Harvey Specter, um dos melhores advogados de Nova York. A série aborda a relação entre eles, bem como os casos que precisam resolver juntos.

Por que vale a pena? Esta é uma sugestão especialmente interessante para advogados que atuam no mundo corporativo. Além de explorar dramas que estimulam qualquer aficionado por direito empresarial, a série mostra um aspecto muitas vezes esquecido no dia a dia: a diferença que um bom parceiro pode fazer para a sua carreira. Os dois personagens principais têm perfis díspares, mas complementares. Para Camargo, essa cumplicidade é fundamental para que os sócios gerem bons resultados e tenham satisfação em trabalhar juntos.

Chef’s table

Os protagonistas desta série são chefs de cozinha de renome internacional, inclusive o brasileiro Alex Atala, do premiado restaurante D.O.M.. Cada episódio é dedicado a um profissional em particular, explorando suas paixões, talentos e histórias pessoais.

Por que vale a pena? Este é um prato cheio para quem quer se entregar de corpo e alma à sua vocação. Segundo Camargo, o mérito da série está em mostrar como o amor pela carreira pode trazer resultados surpreendentemente positivos para profissionais de qualquer área — até das mais competitivas, como a gastronomia. A maioria dos chefs teve que enfrentar dificuldades inimagináveis até chegar ao topo. “O segredo deles foi acreditar numa filosofia de trabalho, cultivar uma pureza na busca pelo melhor ingrediente, pelo melhor método de preparo”, diz. “Esses ideais valem para qualquer profissão”.

O físico

Na Inglaterra do século 11, a mãe de Rob Cole morre de uma doença misteriosa. Inspirado pelo ideal de salvar vidas, o jovem decide ir à Pérsia para aprender medicina. Em sua terra natal, ele e outros estudiosos da saúde são perseguidos pela Igreja Católica pela prática de “bruxaria”. O filme é baseado no livro homônimo de Noah Gordon.

Por que vale a pena? Embora retrate um passado distante, o filme aborda questões muito atuais, diz Rodrigo Camargo, da Talenses. O primeiro é a importância do envolvimento emocional com a carreira para ter sucesso. “Ele se apaixona por medicina, e nada mais o segura depois disso”, explica. O segundo tema presente é a coragem necessária para romper paradigmas. Se na Idade Média os cientistas eram vistos como “bruxos”, na atualidade certas ideias são questionadas e até desencorajadas nas empresas por fortes resistências culturais. A história de Rob mostra que é preciso continuar insistindo.

A rede social

Premiado pelo Oscar, o filme mostra os primeiros passos do Facebook, a rede social mais popular da atualidade. Tudo começa quando o universitário Mark Zuckerberg usa um algoritmo desenvolvido por seu melhor amigo, o brasileiro Eduardo Saverin, para criar um site voltado aos estudantes de Harvard.

Por que vale a pena? Segundo Camargo, o filme costuma gerar reações ambíguas. Se, por um lado, a conduta de Zuckerberg pode ser interpretada como desleal por alguns espectadores, a história também prova a importância do entusiasmo para realizar grandes feitos. “É uma história típica da geração Y, que procura satisfação e realização pessoal no trabalho”, diz o consultor. A energia de Zuckerberg e Saverin, assim como a de outros jovens, é o combustível para que o Facebook se torne uma das empresas mais bem-sucedidas da atualidade.

Jobs

O longa conta a história do fundador da Apple, Steve Jobs, das experiências juvenis na Reed College em 1974 à glória internacional trazida pelo lançamento do iPod em 2001.

Por que vale a pena? Jobs era obcecado pelo trabalho. Segundo Camargo, ele só demorou para chegar ao topo porque, por muito tempo, foi uma figura despretensiosa. Ainda assim, o sucesso seria inevitável para um gênio da sua estatura. “O filme celebra as pessoas que nasceram para fazer alguma coisa, que é o caso de Jobs”, diz o consultor. Quem respeita e valoriza seus próprios talentos está dando o primeiro passo para transformá-los em uma carreira bem-sucedida.

Mãos talentosas: A história de Ben Carson

O drama conta a história real de Ben Carson, um garoto pobre que se tornou um dos neurocirurgiões mais famosos do mundo. Apesar das dificuldades, ele encontra na mãe um apoio fundamental para seguir sua vocação para a medicina.

Por que vale a pena? Como “O físico”, o filme mostra a superação de adversidades para praticar a medicina. Segundo Camargo, esse processo fica mais fácil se há apoio em casa. O incentivo da mãe é fundamental para que o personagem —  que na infância foi um aluno de notas baixas —  descubra sua paixão pela neurocirurgia e ganhe destaque internacional em sua área.

7 erros que colocam em cheque a produtividade das empresas

Crédito da imagem: ThinkStock

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A produtividade de sua empresa pode ser afetada por uma das falhas mais básicas: erros na contratação de funcionários

Sob influência da crise política e econômica, as empresas brasileiras têm perdido competitividade perante outros mercados globais. De acordo com o ranking global do Instituto da Escola de Negócios Suíça IMD, o Brasil está na 57ª posição entre 61 nações, atrás de outros países da América Latina, como Argentina (55ª), Peru (54ª), Colômbia (51ª) e Chile (36ª).

Conforme Francisco Teixeira Neto, especialista da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), a competitividade está diretamente ligada a produtividade das empresas – embora a instabilidade econômica e política também exerçam influência importante. Confira, então, os principais erros que comprometem a produtividade e cuja mudança está ao alcance das empresas:

1. Erros na contratação dos funcionários – designar uma pessoa para um cargo no qual ela não possua o perfil e as competências necessárias ou contratar pessoas que não estejam alinhadas aos valores, crenças e objetivos da organização.

2. Falta de capacitação – não desenvolver constantemente as pessoas para a exercício da função, já que os processos são aprimorados e seus padrões alterados. Pessoas desatualizadas geram produtos ou serviços que precisam ser refeitos. Além disso, é importante estimular o feedback sobre o desempenho dos colaboradores. Se as pessoas não sabem o que fazem de errado, também não é possível que melhorem seu desempenho.

3. Ausência de processos – a falta de padrões impossibilita a replicabilidade de um processo ou resultado, gerando retrabalho.

4. Falta de indicadores – é necessário a medição e a melhoria do desempenho. A falta de indicadores deixa o processo muito subjetivo, nem sempre proporcionando os dados concretos para realizar mudanças.

5. Não monitorar e avaliar – se não há medição nem monitoramento do desempenho das pessoas, não há como fazer o gerenciamento;6. Infraestrutura defasada – a ausência de recursos para que as pessoas possam realizar suas funções com saúde e segurança. Isso inclui também estar atento às inovações tecnológicas que possam proporcionar ganhos de produtividade.

 7. Informações centralizadas – não disponibilizar as informações necessárias, ou devidamente atualizadas, para o exercício da função e a tomada de decisões pelas pessoas.

Fonte: Portal Administradores

Conheça o ranking das melhores escolas de educação executiva

ranking

O Financial Times divulgou a edição 2016 de seu tradicional ranking de escolas de negócios. O IESE, sediado em Barcelona, e IMD, da Suíça, ocupam as primeiras posições da lista global. A brasileira Fundação Dom Cabral aparece em 17º e foi apontada como a melhor da América Latina pelo 11º ano consecutivo.

O ranking de educação executiva do Financial Times é o resultado da avaliação conjunta de dois outros levantamentos – o de Programas Abertos e o de Programas Customizados. Os programas abertos são destinados ao desenvolvimento de executivos em geral, enquanto os programas customizados são elaborados de acordo com as necessidades específicas das empresas.

O IESE foi classificado em primeiro lugar no ranking de Programas Customizados e segundo no de Programas Abertos. Já o IMD figura em quarto e primeiro nos dois rankings, respectivamente. Em seguida, aparecem a HEC Paris, o Center for Creative Leadership e a Harvard Business School. A FDC, fundada em 1976, em Belo Horizonte (MG), alcançou neste ano a 10ª colocação nos Programas Abertos e a 28ª posição nos Programas Customizados.

Metodologia do ranking FT

27Os critérios para a elaboração do ranking do Financial Times levam em conta a opinião das empresas que são clientes das escolas de negócios no mundo todo, o que corresponde a 80% da avaliação; os 20% restantes são dados enviados pelas próprias instituições de ensino executivo. O ranking considera vários critérios, incluindo preparação do programa, desenho do curso, participantes internacionais e localização, follow-up e objetivos atingidos.

Confira aqui o ranking na íntegra.

Clique aqui para ler a notícia original no Portal Administradores.com.

Ciência indica o limite de horas que um profissional deve trabalhar

excesso

Uma carga horária de muitas horas de trabalho pode parecer inevitável para a grande maioria dos profissionais. Para alguns, o excesso pode até representar status num mundo tão fascinado pelo trabalho.

Para apresentar um novo olhar sobre esse movimento, o site da revista Inc. compilou descobertas recentes da ciência sobre a relação entre número de horas trabalhadas e diversos problemas de saúde nos Estados Unidos.

A conclusão geral é clara: idealmente, o máximo de tempo que uma pessoa deve trabalhar corresponde a 40 horas semanais. Extrapolar esse limite com frequência pode gerar problemas físicos e mentais e, principalmente, colocar em cheque a produtividade.

Abaixo, confira alguns dos riscos destacados pela revista:

1. Pessoas que trabalham mais do que 8 horas por dia, em média, têm mais propensão ao consumo de álcool e tabaco, segundo os estudos. A duração prolongada do expediente também está associada a uma maior incidência de obesidade em homens e de depressão em mulheres.

2. Cumprir jornadas superiores a 10 horas resulta num salto de 60% na ocorrência de problemas cardiovasculares.

3. Cerca de 10% dos profissionais que trabalham de 50 a 60 horas semanais relatam ter problemas de relacionamento interpessoal. A taxa sobe para 30% quando o expediente ultrapassa 60 horas.

4. A probabilidade de se machucar é diretamente proporcional à duração das jornadas. Após a 8ª ou 9ª hora seguida de trabalho, registram-se picos no número de acidentes ocupacionais.

5. Apenas 23% das empresas com horários normais têm índice de faltas ao trabalho acima de 9%. Já entre aquelas com grande carga de horas extras, 54% registram absenteísmo de funcionários acima desse limite.

6. Acumular mais de 11 horas extras por semana está associado a um aumento na incidência de depressão.

7. Entre profissionais de nível executivo, a produtividade cai cerca de 25% quando o expediente semanal ultrapassa 60 horas. Em indústrias, um aumento de 10% no número de horas extras corresponde a uma queda de 2,4% na produtividade.

Dificuldade em cumprir prazos? Conheça uma técnica que pode te ajudar na produtividade

Crédito da imagem: Wikimedia commons/Erato

Crédito da imagem: Wikimedia commons/Erato

Se você costuma ter dificuldade em cumprir prazos de trabalho e percebe que as atividades se acumulam, a chamada Técnica Pomodoro pode ser uma aliada para aumentar a produtividade. A ferramenta é simples e eficaz para gerenciar o tempo.

Desenvolvida no final dos anos 80 pelo italiano Francesco Cirillo, que procurava uma maneira de aumentar sua produtividade nos estudos nos primeiros anos de universidade, a técnica utiliza um timer de cozinha para organizar as tarefas.

O timer usado por Cirillo tinha o formato de um tomate (pomodoro, em italiano) e girava durante 25 minutos até emitir um barulho que indicava o término do tempo programado. Nesse período, ele se concentrava nas suas tarefas sem interrupções. Francesco Cirillo divulgou a técnica quando percebeu os bons resultados em sua rotina.

Hoje, diversos sites e aplicativos (Tomato Time, Pomodoro Time, Pomodoro Keeper, Focus Keeper, etc.) ajudam na aplicação da técnica e dispensam o timer de cozinha.

Como funciona

A técnica está baseada na ideia de que, ao dividir o fluxo de trabalho em blocos de concentração intensa, pode-se melhorar a agilidade do cérebro e estimular o foco. Para colocá-la em prática é necessário:

– Timer ou cronômetro para fazer contagem regressiva.

– uma planilha de tarefas (to-do-tasks).

– lápis e borracha.

O primeiro passo é fazer uma lista de tarefas a serem desempenhadas durante o dia. Depois, basta dividir o tempo em períodos de 25 minutos (chamados pomodoros) e trabalhar ininterruptamente enquanto o timer corre.

Quando o timer tocar (fim dos primeiros 25 minutos), marque as tarefas concluídas ou anote o status do trabalho (50% concluído, por exemplo) e faça um intervalo de 5 minutos. Aproveite a pausa para atividades que não estejam ligadas à tarefa (ir ao banheiro, ligar para um cliente, tomar um café). A cada quatro ciclos, a pausa deve ser maior (entre 15 e 30 minutos) para descansar.

Os intervalos entres os pomodoros são fundamentais para oxigenar o cérebro e aumentar a agilidade mental. Vale lembrar que essas medidas de tempo são as sugeridas no método clássico, mas nada impede que cada um encontre o próprio equilíbrio e período de descanso ideal.

Resultados

Os objetivos dessa técnica consistem em diminuir a ansiedade e aumentar o foco e a concentração nas tarefas. Ao anotar no papel o que precisa ser feito, é possível organizar as pendências, estabelecer metas para cada dia ou período de trabalho e acompanhar os resultados e avanços. Usuários garantem que depois de alguns dias utilizando a técnica, é possível notar benefícios como:

1. Entender quanto tempo leva para realizar cada tipo de atividade.

2. Entender o que te distrai recorrentemente.

3. Descobrir quais são as principais interrupções no seu trabalho.

 

* O artigo foi publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar.

Ciclos e desafios na carreira do advogado

Por Victor Furtado, especialista em Marketing Jurídico, para a OAB Goiás.

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Tratar deste assunto é desafiador, pois qualquer tentativa de padronização com objetivo de classificação para estudo e entendimento acaba por deixar vertentes e especificidades sem a devida abordagem, mas para fins didáticos a carreira na advocacia pode ser dividida em cinco fases ou ciclos: o Aprendiz (de estagiário até obtenção da carteira da Ordem), o Contratado ou Empreendedor (entre um e cinco anos de carreira), o Proprietário ou Sócio de Serviço (entre seis e dez anos de carreira), o Estabelecido (entre 11 e 25 anos de carreira) e por fim o Equilibrista (com mais de 25 anos de carreira). 
No ciclo “Aprendiz” a maioria dos futuros advogados enfrentam o desafio de desenvolver sua capacidade técnica em paralelo à aprendizagem das relações humanas e desenvolvimento de uma postura profissional condizente com as expectativas de eficiência e comprometimento do escritório contratante e do mercado. 
 
O Aprendiz tem o desafio de entender que cada escritório possui um perfil organizacional particular e que o exercício de percebê-lo seguido da tentativa de conviver sob estes padrões se traduz em um perfeito exercício de adaptação e flexibilidade comportamental, que no futuro serão obrigados a executar perante seus sócios, colegas, juízes e clientes.
O Respeito aos prazos, a correta organização de tarefas e do tempo, o cumprimento eficiente de suas responsabilidades e horários, bem como o desenvolvimento da capacidade de se moldar ao ambiente e equipe de pessoas que os cercam, são desafios que devem ser superados em paralelo ao desenvolvimento da capacidade técnica.
Porém, não são os únicos, pois esta etapa da carreira somente estará completa caso consigam durante a fase de estágio identificar ou ratificar a área do direito para a qual realmente desejam de dedicar. Enquanto o Aprendiz não define para aonde quer ir não terá como empreender esforços para chegar lá, e ainda corre o risco de se exceder na constante troca de escritórios em curtos espaços de tempo.
 
É uma fase difícil, do exercício da aceitação e de compreensão do outro, de suas regras, de suas visões diferentes, e de aceitar mesmo discordando. Uma fase de forte adaptação, modelagem comportamental e definições que acabarão por influenciar positiva ou negativamente o futuro de sua carreira. 
 
No ciclo “Contratado ou Empreendedor”, que geralmente ocorre durante os cinco primeiros anos de carreira, o advogado enfrenta novos desafios, por isso espera-se que ele realmente tenha aprendido os ensinamentos da fase anterior e esteja preparado para o enfrentamento de novos desafios.  
Nesta etapa da carreira os desafios estão relacionados com a opção de trabalhar como advogado contratado em algum escritório de advocacia ou partir para uma sociedade de serviços, ou ainda a abertura do próprio escritório. Quaisquer opções apresentam desafios. 
 
O Contratado enfrentará a cobrança por um alto volume de produção, eficiência, disponibilidade e comprometimento, bem como precisará de habilidade e “jogo de cintura” para manter um bom relacionamento com seu chefe imediato, assim como com outros colaboradores e sócios do escritório. O trajeto mais curto para o advogado contratado se tornar um potencial sócio do escritório onde trabalha é se tornar imprescindível na produção jurídica ou então apresentar capacidade efetiva para captação de novos clientes para a carteira deste escritório.
 
Já o Advogado do tipo Empreendedor pode até iniciar sua carreira partindo para a abertura de seu próprio escritório, desde que não precise da tutela de um advogado experiente para execução de um excelente trabalho, tenha um bom “network” associado à habilidade de transformar contatos em contratos e os recursos financeiros para sustentar seu escritório e sua vida pessoal por pelo menos dois anos. Por isso alguns advogados optam pelo trabalho remunerado em algum escritório como uma espécie de intervalo de tempo até ser possível reunir condições para empreender.
 
Seja qual for a estratégia adotada pelos advogados em início de carreira, os principais desafios estarão relacionados à reafirmação e desenvolvimento de sua capacidade jurídica, definição da área do direito e segmento de mercado (pessoa física ou jurídica) que pretende atuar seguido de uma estratégia coerente para alcançá-lo, habilidade de relacionamento e negociação em seu ambiente de trabalho, gestão de seu marketing (imagem) pessoal, disponibilidade e dedicação, bem como a capacidade e oportunidades para a captação de clientes.
 
No ciclo “Proprietários ou Sócios de Serviços” (entre seis e dez anos de mercado) os advogados enfrentam o desafio de expandir seu mercado, tornar-se referência em uma determinada área ou subárea do Direito, ao mesmo tempo em que se dedicam à gestão do escritório e aos clientes, com especial atenção para a rentabilidade da carteira, à eficiência da equipe jurídica, à marca do escritório e sua reputação pessoal no mercado, bem como a contínua responsabilidade pela manutenção da satisfação dos atuais clientes e à captação de novos. 
 
Neste momento da carreira a gestão de pessoas, de fluxos e qualidade do trabalho, do tempo, da imagem, de relacionamentos, das finanças e do mercado alvo do escritório acabam por aumentar muito as horas de trabalho dedicadas em razão do acúmulo de responsabilidades, obrigando-o a tomar decisões que acabam culminando entre a expansão societária ou na profissionalização do escritório, na delegação coerente de responsabilidades (sob o treinamento anterior da equipe), bem como uma reflexão sobre o modelo de advocacia que se pratica.
São desafios e decisões importantes que devem ter como base de decisão o mercado e área do direito em que atuam, os diferenciais competitivos que oferecem a este mercado e a capacidade das equipes jurídica e administrativa de entregar um serviço diferenciado que realmente agregue valor aos clientes.
Neste momento serão tomadas as decisões que poderão ou não estabelecer definitivamente o escritório e o advogado no mercado. É neste momento que advogados com talento para a captação costumam se unir, seja pela contratação ou sociedade, a outros advogados com excelência na execução, pois o sucesso nas fases anteriores de sua carreira acaba por se materializar em grandes carteiras e por consequência em muito trabalho e pouco tempo.
 
No ciclo “Estabelecido” (entre 11 e 25 anos de carreira) os advogados enfrentam o desafio da expansão controlada para novos nichos de mercado junto da manutenção da atual participação de mercado e da equipe jurídica. Devem ter como objetivo “blindar” a participação de mercado já conquistada, sua reputação e evitar a obsolescência decorrente da acomodação, além da eventual rotatividade da equipe jurídica composta por advogados experientes já sem a menor expectativa de se tornarem sócios ou com planos empreendedores. 
 
Neste momento, a aposta na solidificação dos relacionamentos com atuais clientes e parceiros, o investimento contínuo na imagem da marca jurídica e na performance de gestão do escritório, bem como um plano de carreira realmente condizente com a realidade da banca podem iluminar um pouco esta fase garantindo a qualidade da produção jurídica. Cabe ainda atenção especial nesta fase da carreira para as oportunidades de expansão da carteira de clientes apostando em novos seguimentos de mercado subsidiado pela reputação do escritório, network de relacionamento dos advogados e estudos de mercado.
Os advogados do ciclo “Equilibrista” são aqueles com mais de 25 anos de carreira e que já superaram inúmeros desafios, evoluíram junto com o mercado e se encontram talvez no auge de suas carreiras, mas vivenciam agora um cenário diferente daquele onde provaram seu valor e enfrentam diariamente a tarefa de manter sua reputação de mercado, a qualidade da produção jurídica, enfrentamento da alta rotatividade de estagiários e relacionamento com advogados mais jovens (geração y), além de sua relação com eventuais sócios.
Porém, o principal desafio associado aos advogados “Estabelecidos” é sua postura pessoal perante uma nova realidade do mercado jurídico, demandando um exercício de autoavaliação sincera, identificação de seus pontos positivos e negativos, bem como e identificação de quais são os reais alicerces que sustentam e fizeram diferença na sua carreira.

6 maneiras de convencer pessoas

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Publicado no Portal Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o texto elenca 6 princípios ou armas que governam nossa conduta e influenciam o comportamento das pessoas para que elas respondam sim ou não a um pedido.

Os fatores foram elaborados pelo professor da Universidade do Arizona Robert Cialdini, autor do bestseller “As armas da Persuasão”, resultado de mais de 30 anos de pesquisa na área. Confira:

1.  Reciprocidade
O que você sentiria se um conhecido seu, recente, o convidasse gentilmente para participar de sua festa de aniversário? Estudos demonstraram que quase todo mundo se sente pressionado socialmente a devolver favores oferecidos a nós.

Quanto maior o favor, mais duradouro é o desejo de retribuir. Para aumentar nosso poder de persuasão entre os integrantes de nossa própria equipe, ou mesmo de clientes potenciais, devemos ajudá-los de alguma maneira.

Pode ser um favor, uma informação, uma lembrança, um serviço ou um presente, desde que seja significativo para a pessoa, inesperado e personalizado. O poder da gratidão a favores não solicitados é muito mais forte até mesmo do que a simpatia e, dificilmente, é visto como manipulatório, porque retribuir favores é uma norma social muito bem aceita.

2. Compromisso e Coerência
Quem não gosta de ser e parecer ser uma pessoa de atitudes coerentes? Assim, depois que fazemos uma escolha, enfrentamos pressões psicológicas para nos comportarmos de maneira coerente com o compromisso que assumimos.

Imagine que você agendou uma reunião com um cliente, mas, ao chegar lá, você percebe que ele esqueceu do papo e assumiu um outro compromisso. Você perdeu a viagem e o seu tempo. O autor cita um exemplo em que uma pequena mudança de abordagem pode aumentar o comprometimento do cliente e aumentar sua taxa de assertividade. Segundo o escritor, ao agendar a reunião,  você deve perguntar: – Você poderia me ligar, caso precise mudar a data de nossa reunião?

A seguir, não diga mais nada. Apenas aguarde o compromisso do cliente e que ele afirme sim. O autor relata, num exemplo similar, que o ato de se comprometer pode reduzir de 30% para 10% a taxa de cancelamentos sem aviso prévio.

O segredo é gerar perguntas que assegurem um compromisso inicial que seja condizente com o que você deseja dele. Se houver compromisso de público, então, será um gatilho matador.

3.  Aprovação Social
O que você sente quando os publicitários fazem questão de mostrar que um produto apresenta a melhor performance em vendas? Eles sabem que 95% das pessoas são imitadoras e apenas 5% são iniciadoras.

Desse modo, somos persuadidos a agir de acordo com o coletivo, levados mais pelas ações dos outros. Ou seja, o que a maioria faz, de certa forma, nos influencia. Para mostrar como isso funciona na prática, o psicólogo cita um estudo que aponta como uma rede de hotéis conseguiu aumentar o reuso de toalhas nos quartos.

Em uma primeira tentativa, o hotel deixou um bilhete, aos seus clientes, dizendo que o reuso era importante para o meio ambiente, mas a ação não teve tanto impacto entre os eles. No entanto, havia um dado de que 75% dos hóspedes que permaneciam pelo menos por 4 dias no hotel reutilizam toalhas em algum momento.

A estratégia, então, foi levar essa informação a eles de um modo sutil, dizendo: 75% de nossos clientes reutilizam toalhas, faça como eles! A tática fez o reuso de toalhas crescer 26%.

Veja, um outro exemplo de Aprovação Social que é a chamada ignorância pluralista:
Simulado um acidente, um ator cai. A tendência dessa pessoa ser socorrida quando há apenas um observador é de 85%. Já quando o acidente acontece diante de uma multidão essa taxa cai para apenas 31%, porque as pessoas geralmente observam o comportamento dos outras como numa espera de aprovação para diminuir a sua insegurança.

Acontece que o outro também está fazendo o mesmo e as chances de socorro diminuem sobremaneira diante da multidão.

4. Carisma ou Afinidade
Se você, como vendedor, gerente ou familiar se coloca numa posição de semelhante, ou de sincera empatia, com o outro, estará muito mais perto de receber um sim de quem você pretende convencer, influenciar e liderar.

Isso porque é da psicologia humana ter uma tendência a acatar pedidos de:
• Pessoas que conhecemos;
• Que nos elogiam;
• Que cooperam conosco.

Nos reality shows é muito comum se dividir o grupo em dois times. Feita a divisão, imediatamente torna-se visível a tendência do time cooperar entre si e odiar os integrantes do outro grupo. .

Cialdini menciona um experimento em que dois grupos de MBA foram orientados a negociarem de formas diferentes. O primeiro recebia a informação de que “tempo é dinheiro” e era direcionado a tentar fechar negócio o mais rápido possível. O segundo grupo recebia a instrução de interagir um pouco mais com as pessoas com as quais iriam negociar.

O primeiro grupo conseguiu fechar 55% das negociações, enquanto o segundo atingiu o patamar de 90%. Portanto, criar um elo com as pessoas presentes na negociação é uma forma de aumentar o seu poder persuasivo.

5.  Autoridade
Existe uma tendência em agirmos automaticamente a meros símbolos da autoridade. Quando, em um comercial de televisão, um laboratório que vende creme dental coloca um dentista para dizer que recomenda aquela determinada marca – e não as outras (ainda que seja apenas um ator) – o marketing está usando a arma da autoridade. Se o especialista aprova, tendemos a acreditar que não precisamos pesquisar e acabamos compramos.

Isso porque somos treinados desde cedo a confiar no professor, médico, policial ou padre. A roupa que se veste também influência. Em apresentações, reuniões de negócios, pense em sempre se vestir de forma condizente. Trajes como jaleco, farda, e terno  pressupõe a idéia de autoridade, gerando segurança instantânea nas pessoas.

Porém, não é só isso: O padrão de voz adequado, numa tonalidade pausada e grave, remete-nos ao valor ancestral da autoridade. Esse conjunto convergente, atrairá para você mais persuasão e influência.

O autor traz o exemplo de uma imobiliária, cuja telefonista, ao receber uma ligação de um potencial cliente, antes de mesmo de transferir a ligação, menciona que irá passar para o Corretor – pronuncia seu nome – que possui 20 anos de experiência.

No exemplo pesquisado isso elevou a taxa de agendamentos para visita a loja em 20% e um incremento nas vendas em 15%. Autoridade, portanto, administrando com discrição, sem exageros, é um gatilho mental poderoso.

6. Escassez
Imagine que você está determinado a morar em um condomínio e que, ao visita-lo, o corretor dissesse, apontando para uma residência: – Essa é uma das últimas casas ainda à venda.

Para nós, fica evidente que as oportunidades parecem mais valiosas quando estão menos disponíveis e por um tempo limitado. O autor menciona o caso de uma companhia aérea que anunciou que cortaria em breve a rota entre Nova Iorque e Londres.No dia seguinte ao anúncio, as vendas do trecho dispararam. Nada havia mudado no serviço da companhia, o vôo apenas tinha se tornado mais escasso.

A nossa aversão psicológica á perda é um recurso muito poderoso que nos faz reagir e isso é amplamente utilizado pelos vendedores, líderes e formadores de opinião.

Assim, nunca devemos deixar de anunciar aquilo que torna único os nossos produtos e é mais um recurso que pode aumentar, automaticamente, o seu poder de persuasão.

Portanto, como vivemos num mundo complexo, com excesso de informações, vamos precisar lidar com o fato de que a natureza das pessoas é optarem por atalhos que facilitem suas decisões.

Esses 6 princípios são as armas da persuasão, reconhecidas pela ciência, e devemos cada vez mais compreende-las, tirando o máximo proveito delas, bem como sabermos nos defender de atitudes reprováveis de profissionais oportunistas.